Cíntia Bonfim
Cíntia Bonfim, de 40 anos, reside na comunidade do Moinho há 18 anos e é proprietária de uma das três padarias locais. Desde que assinou o contrato no início de abril, relata sofrer com crises de pânico: “Agora tomo remédio controlado”, afirma. A perda da padaria representaria o fim da principal fonte de renda que sustenta não apenas a própria Bonfim, mas também seus dois filhos e as respectivas esposas. “Desde pequenos, eles têm diagnóstico de TDAH. Já tentaram trabalhar fora, mas nunca conseguiram se manter num emprego fixo”, relata. Vinda de uma família em situação de extrema pobreza, a padeira lembra que chegou a pedir dinheiro nos sinais antes de se estabelecer no Moinho. “Aqui eu conheci o que é comunhão. Lembro da primeira vez que me deram uma cesta básica, ninguém nunca tinha me estendido a mão”, recorda.